sábado, 10 de setembro de 2011

Problemas nos relacionamentos homoafetivos.... Parte 1


Todos sabem que relacionamentos afetivos são complicados. Porém podemos dizer que relacionamentos HOMOafetivos tem um pouco a mais de complicação.

Somados aos problemas comuns de qualquer relacionamento, nós, homossexuais, sofremos com: problemas relacionados à homofobia, adoção e inseminação artificial, incapacidade de um dos membros do casal para assumir “publicamente” a sua orientação sexual, dificuldades de relacionamento (aceitação) com a família, etc.

Devido a esse “tempero” extra em nossos relacionamentos, vivenciamos mais problemas e consequentemente o estresse que cai sobre os casais homoafetivos acaba sendo muito maior que o que cai sobre heteroafetivos.
Para ajudar os casais ou já preparar quem um dia pretende se envolver em um relacionamento sério, eu fiz uma pesquisa para facilitar na hora de resolver ou lidar com os problemas.

Vamos lá!

A homofobia internalizada e assumindo em público o relacionamento:
É muito comum estarmos em shoppings, parques, na rua e vermos casais héteros andando de mãos dadas, abraçados, trocando carícias e etc. No entanto, raramente vemos casais homos fazendo isso. Por que será!?

Desde jovens temos aquele receio básico de demonstramos nosso sentimento de atração homossexual. Sempre ouvimos o discurso de que é errado, é uma nojeira, é uma abominação... Enfim, AMÉM! É totalmente desaprovada esta conduta.

Essa imagem, essa ‘demonização’ da homossexualidade faz com que muitos gays e lésbicas nutram homofobia internalizada. E ter homofobia internalizada não significa apenas você não aceitar a sua orientação sexual. Tem muito LGBT que tem certeza do que é, do que sente, mas tem medo de demonstrar isso em público. São os famosos “discretos-fora do meio- não curto afeminados-etc”.

Esse medo de se autoafirmar e assumir o relacionamento é algo complicado. Cria sempre uma tensão, uma cisma: “será que aquela pessoa sabe?”, “eu sem querer dei um beijo nele, e agora!?” e assim por diante. Os relacionamentos, assim como a felicidade, não nasceram para ficarem escondidos.

Muitas pessoas que têm homofobia internalizada se justificam dizendo que o maior problema para que não demonstrem afeto em público é o preconceito da sociedade e o fato de que ninguém precisa saber da minha orientação sexual  (Esse último eu nem vou discutir, pois a questão aqui não é a pessoa saber da orientação e sim ver que você é feliz em seu relacionamento).

A sociedade é realmente preconceituosa, porém o primeiro passo para que as pessoas reflitam seus preconceitos é o ‘estranhamento’. Elas precisam ser confrontadas com a realidade para que elas vejam que o relacionamento homoafetivo não existe apenas entre quatro paredes. Pois infelizmente muitos ainda veem a homossexualidade como algo que envolve apenas o sexo.  Isso dá um nó na mente das pessoas: dois caras são capazes de demonstrar afeto um pelo outro? Temos que mostrar que sim!

Temos que acostumar as pessoas a conviverem conosco e verem que ser homossexual, que um relacionamento homossexual, em sua essência, não difere dos relacionamentos “convencionais” entre homem e mulher.

Esse passo de nos libertarmos desses preconceitos internos dá uma sensação de liberdade, dá um brilho a mais na vida, nos torna mais leves. Além de ser um passo decisivo para que um relacionamento não se desgaste com as tentativas de mantê-lo às escondidas.

Bem, por enquanto é só... Até a continuação deste post, com mais problemas enfrentados por casais homoafetivos.

Espero que tenha sido útil e qualquer dúvida, sugestão ou crítica, me mandem um e-mail (casagay@hotmail.com) ou façam um  comentário aqui.

Beijos e Abraços para todos!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ser a mulher da casa...


Uma vez eu estava conversando com um “cara” e ele me perguntou: “Você gostaria em tipo ser a mulher da casa?”
Ao ouvir isso, eu meio que… ri, ri e ri muito mais! Mas com isso eu parei para pensar como o estilo de vida hétero influencia nosso “estilo de vida gay”, não que haja grandes diferenças, mas se queremos fazer funcionar temos que reaprender (ou desaprender) algumas coisas.
Desde pequenos sabemos que fugimos um pouquinho do padrão da ‘sociedade’ e por isso, acredito que tentamos chegar cada vez mais próximo a esse padrão.

Primeiro de tudo, “mulher da casa” apenas faz referência ao papel social imposto à mulher e podemos ver que isso está mudando aos poucos (bem aos poucos!). Hoje algumas mulheres são independentes e alguns homens se veem com a tarefa de cuidar de uma casa ou pelo menos ajudar. Então dizer que cuidar de casa é coisa de “mulher”, para mim é a mesma coisa de dizer que todo gay é afeminado!

Além do mais, se nos prendermos a esse fato, numa relação homoafetiva entre dois homens, não haveria ninguém “apto” a cuidar de uma casa. A não ser que um dos dois se sentisse menos “homem” e se subjugasse a ser a “mulher” da casa (nada contra as mulheres, não sou nem um pouco machista). Ah! Machismo, essa é a palavra que muitos gays abominam, mas basta olhar para os lados na comunidade “colorida” que vemos muitos gays machistas: os famosos “ATIVOS FODÕES” (desculpa pela palavra, mas tive que usá-la).

Esses gays, que às vezes não gostam nem de serem chamados de gays, assumem o papel de “MACHO ALFA” por ‘auto preconceito’, pois é tão díficil ser gay, ainda mais difícil seria se ele fizesse tarefas domésticas! Imagina o que a sociedade iria pensar de um cara que é gay e ainda cuida da casa… Ele é um viado e ponto final!
Ahhh…!!! Gente, eles já fizeram o mais difícil que é se “assumir”. (e a sociedade vai falar que ele é viado, não importa nem se ele fosse o bambambam do futebol!) Agora, você acha que mudaria algo se você ajudasse nas tarefas domésticas?

Bem, não vou me focar sobre os probleminhas que alguns têm em relação a preconceitos bobos. Porém temos que aprender a descontruir esses papéis. Eles ajudam a manter no imaginário popular a ideia de que em uma relação homoafetiva há um que faz o papel do gênero oposto. E isso gera aquela ideia de que um homossexual se acha do gênero oposto (Leia esse blog: http://direitoshumanosrespeitoejustica.blogspot.com/ . Com a ideia de os homossexuais não são nem homens nem mulheres, esse senhor inventivamente diz que somos “ANDRÒGINOS”.).

E fazendo um pouquinho de ativismo, acredito que isso é o que devemos fazer: descontruir esse imaginário que não passa de uma imagem cheia de preconceito do que se acredita serem os homossexuais. Porém devemos aprender a descontruir esse preconceito dentro de nós mesmos, dentro da comunidade LGBT e por fim na sociedade.

É claro que é complicado. Isso é algo que aprendemos e sempre está sendo reafirmado para nós. A heteronormatividade está ao nosso redor e infelizmente um casal homoafetivo não é algo que vemos em cada esquina.

Mas não devemos nunca esquecer: CADA UM TEM SEU PAPEL NO COMBATE AO PRECONCEITO.

E qualquer dúvida, sugestão ou crítica, me mandem um e-mail (casagay@hottmail.com) ou façam um  comentário aqui.

Beijos e Abraços para todos!

Para começar...


Olá, primeiramente eu acredito que eu devo me apresentar. E para isso cito uma frase do Paulo Freire:
“Sou gente e gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.”

Esse blog vem para dar aos casais “não-convencionais” da sociedade um local para conversar sobre as dificuldades, dividir experiências e dicas. Casais que formados um par de semelhantes. Man&Man e Woman&Woman. Casais estes que além de trabalharem, terem uma vida social, se curtirem, enfrentarem o preconceito da sociedade, ainda tem que ADMINISTRAR O LAR (Pasmem! Gays também fazem isso). (ahh… esqueci de um ponto: E cuidarem dos filhos, se for o caso de vocês)

No entanto, todos são bem vindos. Não importa se você é branco, negro, azul ou marciano. Se é pobre ou rico. Ativo ou passivo. Jovem ou velho. Ateu ou fanático religioso. Eu realmente não tenho preconceito algum (pelo tento não ter)…

Porém, vamos respeitar a regra número 1  para um bom convívio: RESPEITO! Assim como acredito que em suas casas vocês exigem certo tipo de comportamento, eu acredito que eu também me sinto nesse direito.

Então que sejamos felizes, nos respeitando!

Se você, como eu disse, faz parte de um casal gay independente, ou não tão independente, se logo fará parte, ou é solteiro e nem mesmo é gay, mas está aqui pelas dicas e discussões, que espero realmente que sejam úteis! Aproveitem… o blog é de vocês!

Bem, essas foram as palavras de início de um projeto que espero que renda muitos frutos.

Beijos e abraços!