sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ser a mulher da casa...


Uma vez eu estava conversando com um “cara” e ele me perguntou: “Você gostaria em tipo ser a mulher da casa?”
Ao ouvir isso, eu meio que… ri, ri e ri muito mais! Mas com isso eu parei para pensar como o estilo de vida hétero influencia nosso “estilo de vida gay”, não que haja grandes diferenças, mas se queremos fazer funcionar temos que reaprender (ou desaprender) algumas coisas.
Desde pequenos sabemos que fugimos um pouquinho do padrão da ‘sociedade’ e por isso, acredito que tentamos chegar cada vez mais próximo a esse padrão.

Primeiro de tudo, “mulher da casa” apenas faz referência ao papel social imposto à mulher e podemos ver que isso está mudando aos poucos (bem aos poucos!). Hoje algumas mulheres são independentes e alguns homens se veem com a tarefa de cuidar de uma casa ou pelo menos ajudar. Então dizer que cuidar de casa é coisa de “mulher”, para mim é a mesma coisa de dizer que todo gay é afeminado!

Além do mais, se nos prendermos a esse fato, numa relação homoafetiva entre dois homens, não haveria ninguém “apto” a cuidar de uma casa. A não ser que um dos dois se sentisse menos “homem” e se subjugasse a ser a “mulher” da casa (nada contra as mulheres, não sou nem um pouco machista). Ah! Machismo, essa é a palavra que muitos gays abominam, mas basta olhar para os lados na comunidade “colorida” que vemos muitos gays machistas: os famosos “ATIVOS FODÕES” (desculpa pela palavra, mas tive que usá-la).

Esses gays, que às vezes não gostam nem de serem chamados de gays, assumem o papel de “MACHO ALFA” por ‘auto preconceito’, pois é tão díficil ser gay, ainda mais difícil seria se ele fizesse tarefas domésticas! Imagina o que a sociedade iria pensar de um cara que é gay e ainda cuida da casa… Ele é um viado e ponto final!
Ahhh…!!! Gente, eles já fizeram o mais difícil que é se “assumir”. (e a sociedade vai falar que ele é viado, não importa nem se ele fosse o bambambam do futebol!) Agora, você acha que mudaria algo se você ajudasse nas tarefas domésticas?

Bem, não vou me focar sobre os probleminhas que alguns têm em relação a preconceitos bobos. Porém temos que aprender a descontruir esses papéis. Eles ajudam a manter no imaginário popular a ideia de que em uma relação homoafetiva há um que faz o papel do gênero oposto. E isso gera aquela ideia de que um homossexual se acha do gênero oposto (Leia esse blog: http://direitoshumanosrespeitoejustica.blogspot.com/ . Com a ideia de os homossexuais não são nem homens nem mulheres, esse senhor inventivamente diz que somos “ANDRÒGINOS”.).

E fazendo um pouquinho de ativismo, acredito que isso é o que devemos fazer: descontruir esse imaginário que não passa de uma imagem cheia de preconceito do que se acredita serem os homossexuais. Porém devemos aprender a descontruir esse preconceito dentro de nós mesmos, dentro da comunidade LGBT e por fim na sociedade.

É claro que é complicado. Isso é algo que aprendemos e sempre está sendo reafirmado para nós. A heteronormatividade está ao nosso redor e infelizmente um casal homoafetivo não é algo que vemos em cada esquina.

Mas não devemos nunca esquecer: CADA UM TEM SEU PAPEL NO COMBATE AO PRECONCEITO.

E qualquer dúvida, sugestão ou crítica, me mandem um e-mail (casagay@hottmail.com) ou façam um  comentário aqui.

Beijos e Abraços para todos!

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